RX 6600 no Linux: Testando Davinci Resolve

Estou testando toda stack gráfica open source nativa, padrão e que proporciona melhor experiência de uso de modo geral, em atividade e aplicações de mídia, como gravação, jogos, render… que nem sempre é open, mas possuem boa (às vezes nem tanto) integração com a stack open source do Linux desktop.

Hoje vamos testar o Davinci Resolve 18.1.4 (versão free):

Instalação

obs: Quando fiz este artigo, testei instalando o Davinci Resolve direto no sistema, mas não é recomendável, devido a atualizações do OS quebrarem algo do editor de video, que não é pensado em suportar o Fedora. Recomendo instalar o Davinci Resolve via Distrobox que funciona perfeitamente, assim basta “congelar” sua instalação do distrobox que nunca irá quebrar seu Davinci Resolve conteinerizado.

# create distrobox
distrobox-create --name <name> --image fedora:39 --nvidia

# install packages in the container
fuse fuse-libs alsa-lib apr apr-util fontconfig freetype libglvnd libglvnd-egl libglvnd-glx libglvnd-opengl librsvg2 libXcursor libXfixes libXi libXinerama libxkbcommon libxkbcommon-x11 libXrandr libXrender libXtst libXxf86vm mesa-libGLU mtdev pulseaudio-libs xcb-util xcb-util-image xcb-util-keysyms xcb-util-renderutil xcb-util-wm rocm-opencl libxcrypt-compat alsa-plugins-pulseaudio pango rocm-opencl

# install davinci resolve in the container
sudo ./DaVinci....run

# fix in the container
sudo mkdir /opt/resolve/libs/_disabled
cd /opt/resolve/libs/
sudo mv libgio* libglib* libgmodule* libgobject* _disabled

# run davinci resolve in the container
/opt/resolve/bin/resolve

Outro modo de instalar é usando este conteiner já pre configurado para o Davinci Resolve.

Continuando o artigo…

Modo de instalação padrão do programa é rodando um “.run” e roda um instalador gráfico e instala o programa no seu /opt. Basta dar permissão de execução (botão direito no arquivo.run / propriedades / marcar “Executável como programa”):

Caso não abra o instalador, provavelmente está faltando alguma dependência no OS, se rodar via terminal ele pode ter de dar uma dica, veja o caso que acusou falta do pacote “mesa-libGLU”. Então basta instalar o pacote no seu sistema que deve funcionar.

Após concluir não foi criado um atalho no menu, tive que navegar via terminal no diretório /opt/resolve/bin e o programa não rodou, pedindo uma dependência não instalada no sistema:

Pesquisando, encontrei rapidamente a solução:

sudo cp /lib64/libglib-2.0.* /opt/resolve/libs/

Esse comando copia todos os arquivos com o nome “libglib-2.0.*” localizados na pasta “/lib64” para o diretório “/opt/resolve/libs/”.

Tive que instalar Também o pacote que vai fazer toda a mágica do render por GPU, o “rocm-opencl”. Se trata da implementação OpenCL open source da AMD (está nos repositórios do Fedora)

Para iniciar, usei o terminal mesmo:

Não espere se integrar com a manipulação de janelas e visualmente com o GNOME, ou qualquer outra plataforma de desktop, aparentemente o programa foi feito para ser único no sistema!

Aplicando efeito antes do render

Converti o vídeo de teste para mpeg4 via Handbrake um (mídia a 20mb de bitrate 1080p60 de 3minutos)

Não sou profissional da edição, mas verifiquei que um projeto com 4 trilhas de video, aplicando efeitos de transformação / cor no Fusion para cada trilha, já fariam a GPU sangrar no render:

Renderizando

Usei as configurações padrões, QuickTime, DNxHD, 1080p 220…

Em muitos momentos bate 70%~ de uso de GPU segundo Radeontop e CPU fica entre 20 / 40%:

O resultado desse render levou 3:35 e um arquivo gigante de 9GB. Via VLC mostra uma taxa de bits de entrada monstra!:

Renderizei novamente agora QuickTime, mpeg, MPEG4 video 1080p 60 qualidade máxima:

Também com uso de GPU de 70/80% e CPU entre 20/30%:

O resultado desse render levou 2:25 e gerou um arquivo de 451MB. VLC aponta video com taxa de bits de entrada variando de 10 / 30MB/s:

Adicionei um efeito de partículas, que segundo pesquisa aumenta a complexidade do render. Antes do render o efeito ja deixou o preview mais travado:

E neste render parece que o uso da GPU caiu para 50/60%, CPU se manteve, mas meus 16GB de RAM suaram!

Renderizou em 4:14 e gerou um arquivo de 838MB. VLC mostra taxa de 28/48MB/s:

Concluindo

Não posso dizer por um profissional na edição de videos, mas por um amador, sim, me pareceu mais estável que o Kdenlive, além de muito mais potente na parte do render, porém, peca na experiência do usuário.

Não tive travamentos nem instabilidade, a preview ficou um pouco mais lenta quando adicionado efeitos de partículas e o render foi muito mais rápido do que seria com Kdenlive, por exemplo.

Como o programa dispõe de centenas de ferramentas / plugins etc, é bem provável que tenha alguma incompatibilidade com o rocm-opencl, mas creio que pode variar de versão para versão, hardware para hardware, OS para OS e assim por diante.

Creio que se o Davinci Resolve fosse distribuído de forma mais sandbox (Flatpak) poderia ser mais interessante para usuários do Linux desktop, já que não dependeria de, pelo menos, da variável “OS para OS”, além de proporcionar melhor experiência para o usuário.

De todo modo, fiquei impressionado com o trabalho que o rocm-opencl e toda stack gráfica open ao lidar com um software profissional como este.

Deixe um comentário

Blog no WordPress.com.

Acima ↑